Segundo o Censo Demográfico de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase metade dos lares no Brasil — 49,1% — são chefiados por mulheres, que assumem a responsabilidade pelo sustento da casa e dos filhos.
Apesar disso, muitas ainda enfrentam barreiras já nos primeiros passos rumo ao mercado de trabalho. De acordo com o relatório “Mulheres Brasileiras”, realizado pelo Opinion Box, metade das mulheres entrevistadas relataram ter sido questionadas, em entrevistas de emprego, se já são mães ou se pretendem engravidar — uma prática discriminatória que expõe o preconceito estrutural enfrentado por elas.
Vale lembrar que esse tipo de abordagem é ilegal: a Lei 9029/1995 proíbe a exigência de atestados, exames ou informações de cunho pessoal que possam gerar discriminação durante processos seletivos. Ou seja, perguntas sobre maternidade, estado civil ou planos familiares devem ser evitadas por empresas, sob risco de penalidades.
Para aquelas que conseguem ingressar em uma empresa, os desafios persistem. Muitas mulheres enfrentam discriminação durante a gravidez e após o nascimento dos filhos, passando por ameaças de demissão, redução de salário, falta de oportunidades de crescimento e ausência de políticas que permitam conciliar trabalho e maternidade.
As mulheres que são mães, inclusive, tendem a ser ainda mais penalizadas do que aquelas que não têm filhos, enfrentando um preconceito silencioso, mas estruturado, que as coloca em desvantagem constante. A falta de políticas trabalhistas eficazes e de flexibilidade na jornada de trabalho agrava esse cenário, ignorando as demandas reais da rotina de tantas profissionais.
Desigualdade no âmbito profissional e sobrecarga nos bastidores
Além das barreiras relacionadas à maternidade, a desigualdade salarial é outro reflexo contundente da disparidade de gênero. Mesmo exercendo as mesmas funções, as mulheres recebem, em média, apenas 79,3% do salário dos homens no mesmo cargo. E a desigualdade aumenta em posições de maior responsabilidade: em cargos de direção e gerência, elas recebem, em média, 73,2% da remuneração masculina.
Esses dados evidenciam que, mesmo qualificadas e comprometidas, as mulheres seguem sendo subvalorizadas profissionalmente — uma injustiça que atravessa setores, níveis hierárquicos e realidades familiares.
Além da falta de oportunidades de crescimento, muitas mulheres acabam recusando boas propostas de trabalho por temerem não conseguir conciliar as exigências do cargo com a criação dos filhos. Isso revela um cenário alarmante: não é apenas o mercado que limita as possibilidades femininas — o próprio sistema força as mulheres a abrir mão dos próprios sonhos em nome da sobrevivência e da responsabilidade familiar.
Portanto, é urgente que empresas e lideranças olhem com mais empatia para essas profissionais e repensem suas práticas internas. Oferecer oportunidades igualitárias, respeitar a maternidade e garantir condições dignas de desenvolvimento profissional não é apenas uma questão de justiça social — é também uma estratégia inteligente de gestão de talentos.
Alternativas para superar os desafios
Para driblar esses desafios, as empresas precisam implementar políticas sólidas de apoio às mães, promovendo um ambiente verdadeiramente inclusivo e acolhedor. Entre os benefícios que a assessoria em Recursos Humanos pode auxiliar em um ambiente empresarial, estão:
- Organização para horários de trabalho flexíveis ou escalas adaptáveis;
- Possibilidade de trabalho remoto ou modelo híbrido;
- Licença maternidade estendida e complementada com estabilidade real no retorno;
- Apoio psicológico e programas de bem-estar emocional;
- Espaços adaptados para amamentação e programa com creches de apoio;
- Programas de desenvolvimento de carreira voltados para mães e mulheres líderes.
Essas ações não apenas garantem o respeito às mulheres, mas também fortalecem a cultura organizacional, aumentam a motivação e reduzem a rotatividade.
Como uma assessoria em RH pode somar na sua empresa
Sabemos que a maternidade é uma tarefa difícil, e conciliá-la com as demais responsabilidades da vida ainda é um desafio para muitas mulheres. Mas elas não precisam enfrentar tudo sozinhas. Os times de RH e as lideranças empresariais têm um papel fundamental em tornar esse caminho mais leve, justo e possível.
E precisamos sempre lembrar: mesmo que uma mulher seja mãe, ela também é profissional, esposa, filha, amiga, mulher. E merece ser reconhecida em toda a sua complexidade e potência.
Os desafios da maternidade são muitos. Mas eles não precisam ser enfrentados com solidão ou sobrecarga. Cabe às empresas e, especialmente, às áreas de RH, desenvolver ações com sensibilidade e responsabilidade para amparar essas colaboradoras e tornar sua jornada de trabalho mais positiva e valorizada.
Se a sua empresa ainda não olha com cautela para essas profissionais, talvez esteja na hora de colocá-las como prioridade. Valorizar mulheres, especialmente as mães, é valorizar talento, experiência, coragem e competência.
A Social Consultoria está aqui para apoiar sua empresa nessa jornada, com soluções estratégicas para conciliar maternidade e carreira com equilíbrio e resultados.
Entre em contato conosco e vamos construir um ambiente de trabalho mais empático, acolhedor e preparado para o futuro.