No dia 1º de dezembro, comemoramos o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. A Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro de 1987, decidiu criar essa data em solidariedade às pessoas infectadas pelo HIV/AIDS.

Estatísticas 2020

– O Brasil registra, entre 2010 e 2018, aumento de 21% de novas infecções por HIV;

– Registrou 44 mil novos casos em 2010, e em 2018 foram 53 mil;

– Mais de 40% das novas infecções por HIV no Brasil, está concentrada em populações-chave;

– Hoje, no mundo, 54% dos novos casos ocorrem entre populações-chave: usuários de drogas, homossexuais, transgêneros, trabalhadores do sexo e prisioneiros;

– É a primeira vez que mais da metade dos casos está registrado nessas populações-chave;

– No mundo, 37,9 milhões de pessoas vivem com a doença;

– 12,6 milhões de pessoas com HIV não têm acesso ao tratamento capaz de salvar vidas;

– 690.000 pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS no ano passado;

– Entre 2004 e 2018, a queda de mortes foi de 55%. Passou de 1,7 milhão para 770 mil;

– Hoje, 79% das pessoas que vivem com o vírus sabem que foram contaminados;

– 6,2 mil adolescentes e jovens mulheres são infectadas pela doença a cada semana.

HIV e COVID-19

A pandemia de COVID-19 impactou seriamente a resposta à AIDS e pode causar uma ruptura ainda maior. Uma interrupção completa de seis meses no tratamento do HIV pode causar mais de 500.000 mortes adicionais na África Subsaariana durante o próximo ano (2020-2021), trazendo a região de volta aos níveis de mortalidade por AIDS de 2008. Mesmo uma interrupção de 20% pode causar 110.000 mortes adicionais.

Para combater estas epidemias convergentes de HIV e de COVID-19, o UNAIDS e seus parceiros estão liderando um chamado global pela Vacina Popular para a COVID-19, que foi assinada por mais de 150 líderes e especialistas mundiais exigindo que todas as vacinas, tratamentos e testes sejam realizados livres de patentes, produzidos em massa e distribuídos de maneira justa e gratuita para todos.

O UNAIDS também insta os países a aumentar os investimentos nas duas epidemias. Em 2019, o financiamento para o HIV caiu 7% em relação a 2017, para US $ 18,6 bilhões. Esse revés significa que o financiamento está 30% abaixo dos US $ 26,2 bilhões necessários para responder efetivamente ao HIV em 2020.

Não podemos ter países pobres no final da fila. As pessoas não deveriam depender do dinheiro em seu bolso ou da cor de sua pele para serem protegidas contra esses vírus mortais. Não podemos pegar dinheiro de uma doença para tratar outra. Tanto o HIV quanto a COVID-19 devem ser totalmente financiados para evitar uma perda maciça de vidas.

Todos os dados são do UNAIDS, a agência da ONU especializada na epidemia.